Novo começo.

E tudo o que sabemos dizer é que tudo tem um começo, que vai chegar a um meio que nos levará ao final; há quem diga que é o movimento, o que nos faz ir de um lugar a outro; mas, se a cada passo que damos ainda nos falta outro passo que dar, se na metade do caminho ainda temos outra metade que andar, será que realmente saimos do lugar?
Será que o tempo passa por nós, ou nós que passeamos pelo tempo e vemos as estações passarem podendo voltar ao incio assim que for requerido. Ainda continuamos no mesmo lugar de sempre, é só uma ilusão, sempre fomos as mesmas pessoas e sempre vamos ser iguais, nunca aprendemos nada, já que nunca vivemos de verdade.
Aqueles que continuam caçando moinhos de vento, e ainda vêm o céu azul, sabem do que digo, que o frio que sentimos é a ausência do calor e que as estações são feitas pelo estado de animo de cada um. Quem acredita ainda no amor, sabe que o som do vento que sopra para o sul é mais intenso hoje, e leva as folhas para longe, e te leva também, amor, leva cada um de nós para o mesmo lugar; nunca nos tira daqui, e sempre nos leva para longe. Nem todos vamos entender, onde começa o saber e termina o entender, mas o importante não é saber, o que conta é o sentir; o que não podemos ocultar, o que tentamos mudar sem que ninguem perceba o nosso pesar, de ver tudo passar sem poder correr atrás.
O segrego que esconde o final, diz que o movimento inexistente nos faz acreditar que tudo corre ao nosso redor e o tempo passa fazendo tudo chegar a um final; esse final também não há. Não existe o que nos prenda aqui. Por tanto tudo dura eternamente, você, eu, nós, tudo é para sempre. Depois da morte, vem outra vida, na verdade o fim é um novo começo, onde temos novas chances de acertar, e o passado não terminou, vive na memória de cada um, dura eternamente.